sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Seis meses

Esta semana voou e você parece ter dado um fast foward no seu desenvolvimento. O dentinho apontou, você está se equilibrando melhor e já consegue ficar sentado por mais tempo sem apoio, está comendo a papinha mais rápido e sem estranhar o gosto. Tem definido melhor seus horários de sono e reclama se eles não acontecem. Está mais interativo, conversando mais, mais atento aos movimentos ao redor.

Como está muito calor a mamãe pode te deixar mais tempo no banho e como você curte!!! Bate perninha, joga água pra fora e sorri muito!

Esta semana também conheceu muita gente diferente e, de olhos muito atentos, investigou todos os rostos, cheiros, colos. O papai ficou longe da gente uma semana e fez muita falta. Nunca tínhamos ficado tanto tempo longe. Mas hoje ele chega pra passarmos o Natal juntos e ele prometeu que não vai te largar pelos próximos três dias...

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O encontro com o bivô

Foi uma viajeira. Mamãe teve de se transformar em um super polvo pra carregar mala, carrinho, duas sacolas e você no canguru até o aeroporto. Quando passamos no raio-x a mulher do aeroporto perguntou se a mamãe estava sozinha e depois disse: "mãe acha força não sei onde...".

Chegamos em São Paulo de avião na sexta-feira e você reencontrou a vó Celia. Ela fez uma festinha pra te apresentar pras amigas e comemorar os seis meses de idade. Foi muita novidade pra você: o calor, as pessoas, o quarto... O papai ficou em casa e com isso você ficou um pouco chatinho nos primeiros dias.

No domingo fomos pra Atibaia. A tivó Ju veio te buscar em São Paulo e assim que chegamos o bivô Levy já estendeu os braços pra te pegar no colo. Ele te mostrou as plantinhas, emocionado. Quando perguntei a ele qual era a sensação de ver uma neta com um filho ele respondeu que era difícil. Acho que sente falta da bivó que você não conheceu, ela faleceu quando você ainda estava na minha barriga.

À noite ele te pegou no colo e deu a mamadeira. Pensativo disse alto: "Há setenta anos atrás...". Em que será que ele estava pensando? Durante os dois dias que passamos em Atibaia o bivô andava pela casa dizendo o quanto estava feliz com a sua presença. Que nunca imaginou que viveria pra ver um bisneto. Que rejuvenesceu 10 anos. Ficou estupefato com a criança calma que você é. Que você não chora. Que é sorridente. Foi uma felicidade muito grande pra mamãe poder viver este momento ao lado dele.

Sua tia avó Dorinha também te pegou no colo. Com você no colo ela jogou peteca com o Joaquim, filho da Ana Luisa, e você gargalhou. Todos rimos com você, foi uma delícia. Você também conheceu meu primo Levi e recebeu todos com olhos curiosos e bom humor.

Você curtiu muito as plantinhas e soltava gritinhos ao vê-las balançar ao vento. Sentiu muito calor. Fez festa no berço. Os mosquitinhos te picaram, mas nada abalou seu humor. Atibaia me lembra muito da minha infância, tive muitos momentos felizes ali, e agora mais um, com você.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Paraquedista

Te coloquei no berço. Você tombou pra um lado, tombou pro outro e virou de barriga pra baixo. Já faz um tempo que você aprendeu mas agora está mais rápido. De barriga pra baixo começa o esforço: na posição de paraquedista você faz força com a barriga pra manter a cabeça em pé. Faz força, força, força e solta. Chupa o dedo. Me vê e sorri, levanta a cabeça, retoma a posição de paraquedista e faz força, força, força. Tenta de um lado, tenta do outro mas não sabe o que fazer com o braço. Eu te olho, vejo seu esforço, você me vê e sorri. Cansa. Chupa o dedo. Começa a suar. Tenta de novo. Já girou no eixo e está em um lugar completamente diferente do inicial. Resmunga e eu me aproximo, mas espero. Você tenta. Resmunga, começa um chorinho e então eu te desviro. Imediatamente você vira de barriga pra baixo de novo e recomeça. Passaram-se 15 minutos, você insiste. Quando cansa, para e chupa o dedo. O olhinho vai pesando e você chora mais intensamente. Eu te desviro imediatamente você vira de lado e pesa um pouco mais o olhinho. E dorme.

Você já sabe como, meu filho. Logo logo você aprende mais essa.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Mães malabaristas imperfeitas

O papai foi viajar a trabalho e o microondas parou de funcionar. Está sendo nosso primeiro final de semana sozinhos. Bom, nós dois passamos a maior parte dos dias da semana sozinhos, tudo bem, mas o final de semana é o momento que o papai passa mais tempo com a gente.

Para passar o tempo programei de irmos no Cinematerna no sábado de manhã. Sábado é o dia em que os pais podem ir junto ao cinema por não estarem trabalhando, mas dessa vez o papai não pode ir. Antes de deitar planejei como seria de manhã, as mamadeiras precisariam ser fervidas no fogão, dar mama, preparar sua bolsa, trocar sua fralda, tomar banho, tomar café, por o carrinho no carro e seguir para o Shopping com alguma antecedência porque leva tempo pra te tirar e por no carro e usar o elevador. O filme era às 11h e nós ainda conseguimos chegar uns 15 minutos antes. Sair de casa com um bebê leva tempo, mas com quase seis meses de prática as coisas estão um pouco mais fáceis...

Foi já na sala de cinema que me dei conta de que tinha esquecido sua bolsa no carro, com fralda, mamadeira, paninho... Peguei você no colo e fui correndo pro carro antes que o filme começasse. Mas já no caminho fui procurando a bolsa na minha imagem mental e o meu medo se confirmou quando cheguei ao carro: tinha esquecido a bolsa em casa! Tantas vezes que fomos ao cinema e isso nunca tinha acontecido!!!!

Voltei correndo pro cinema determinada a sair caso você chorasse. Você tinha mamado antes de sair de casa, mas eu sabia que a fominha podia bater no meio do filme e talvez você não quisesse mamar no peito... Enchi a cara de líquido esperando que meu seio enchesse e desse leite na hora em que você precisasse. Tive dificuldade em me concentrar nos primeiros minutos do filme inconformada com a burrada.

Logo depois vc já começou a resmungar. Coloquei você no seio e você começou a sugar bem tranquilinho. Alguns minutos depois você dormiu agarrado no seio. E dormiu, dormiu, dormiu. Troquei você de lado, você enfiou o dedão na boca e dormiu, dormiu, dormiu. Quase no final do filme você acordou, estendeu a mãozinha, a colocou no meu rosto e estampou um sorrisão lindo pra mim. Foi quase como se dissesse: "Viu, mamãe, deu tudo certo!".

O filme era sobre as mães que trabalham e cuidam da casa, dos filhos, do marido. "Mães malabaristas". Mães que não conseguem descansar a cabeça um minuto porque tem sempre tudo tudo planejado como deve ser. É reconfortante e até engraçado saber que é isso mesmo, às vezes ficamos sobrecarregadas de tanta coisa pra pensar e fazer e não estamos sozinhas nesse mundo. Por outro lado, como é bom falhar e saber que pode ficar tudo bem apesar disso. E acima de tudo, sobrecarregada, atrapalhada, imperfeita: tudo vale se for por apenas um segundo daquele sorriso.

domingo, 27 de novembro de 2011

5 meses


Agora você já está se acostumando com as frutinhas. Quando aproximo a colher você já abre a boca (antes você oferecia a língua e dava umas lambidas). Você já fez as pazes com a banana, gostou do suco de maçã de primeira e já repetiu o suco de melão algumas vezes.

Outro dia cheguei em casa e o seu pai disse: "O João disse sua primeira palavra: 'BA-DA'"...risos...É que nos últimos tempos vc desandou a balbuciar longas conversas e às vezes mexe os lábios sem soltar nenhum som como se estivesse mesmo conversando...


Você já senta com apoio e, quando o faz, redescobre seus pés: tenta pegá-los e tomba para frente ou para os lados.De vez em quando se vira sozinho e quando fica de barriga pra baixo não sabe mais como voltar, então chora.


Tem dormido mais de lado e é bem comum te encontrar de manhã atravessado no berço ou com um pé pra fora da grade.


Você gosta de passear e arregala os olhos quando vê as plantinhas.
Depois de um tempinho passeando você sempre tira uma soneca gostosa.



Você quase não mama mais no seio e a mamãe já está com pouquinho leite. Naturalmente você está conhecendo novos sabores e descobrindo coisas novas à medida em que você passa para a posição sentada. É demais acompanhar suas mudanças e seu crescimento, há sempre uma novidade nesta fase. O papai e a mamãe estão curtindo muito!


Nós colamos ursinhos na parede ao lado do trocador e agora você não pára quieto: enquanto tentamos te trocar você vira de um lado pro outro tentando alcançá-los. Você adora a hora do banho e faz uma dancinha, nós ainda vamos filmar pra você ver um dia, é uma graça e a gente adora! Se vai chegando a hora do banho e a gente não te levou pra cima você resmunga!

As mudanças estão acontecendo mais rápido agora, cada dia uma surpresa!

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Se você pudesse falar...

...diria: "Mãe, não sei se você percebeu, mas há três dias meu leite anda com um gosto meio esquisito. Acho que está estragado!".

Terceiro dia da Operação Suquinho e Frutinha e nada. Só o suco de melão desceu. O suco de laranja lima que eu dei hoje tava super doce mas você endureceu a língua de um jeito que a mamadeira não entrava de jeito nenhum e o suco escorria pelas laterais...risos... Ontem você ficou tão bravo com o mamão raspadinho que levou quase uma hora pra se acalmar depois. Banana nem pensar.

E você continuaria dizendo: "Poxa vida, foram 5 meses de leite, leite, leite, só leite!!! Quem foi que teve essa ideia de jerico de diversificar os sabores justo agora??? O que tem de errado com o meu leitinho??? Tava tudo tão bem..."

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Primeira frutinha

Mamãe e papai saíram do consultório da pediatra entusiasmados para o que seria sua primeira experiência com as frutinhas. Estavam liberadas banana, maçã, pêra e mamão. Decidimos que seria a banana a primeiríssima pois pensamos que de todas era a mais deliciosa. Lavamos os talheres que você ganhou e iria usar pela primeira vez, pegamos a máquina fotográfica para registrar esse momento e...










...você não gostou.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Se eu pudesse guardar seu cheirinho numa caixinha...

Esse mês você começou a resmungar um pouco enquanto mamava. Todas as vezes chequei se tinha leite, e tinha, mas você parecia não ter paciência de sugar. Uma vez insisti, noutra troquei você de seio e noutra, quando você simplesmente desistiu de mamar, fiz sua mamadeira e você mamou tudo. Foi então que me passou pela cabeça que talvez você estivesse começando a desistir do seio.

Você mama no seio e a mamadeira desde sua segunda semana de vida. Nunca estranhou nem um nem outro, como acontece com outros bebês. O começo da amamentação foi extremamente difícil até você aprender a mamar, o seio calejar, a gente se entrosar, mas hoje não posso imaginar contato mais especial entre nós que o momento da amamentação. Você às vezes fecha os olhinhos e fica agarrado na minha blusa, outras vezes me olha nos olhos e sorri... Por isso chorei, não pude conter as lágrimas ao pensar que logo perderia esse momento tão especial com você.

Sei que cedo ou tarde acontecerá e sinto que não poderia passar por essa separação sem senti-la, provavelmente a primeira de inúmeras separações que naturalmente vêm com o crescimento. Chega a ser estranho falar de crescimento, vendo você ainda tão pequeno... Mas você cresce tão rápido que às vezes me pego querendo frear o tempo, te abraçar forte, sentir seu cheirinho e guardá-lo dentro de uma caixinha pra sempre sempre sentir você assim tão perto de mim.

11.11.11

Hoje é um grande dia! O dia em que o João conseguiu acionar a música do móbile com o pé! Sei que ainda é ao acaso, mas ele conseguiu acionar a música várias vezes! (Mãe é assim: vibra com as pequenas coisas...)

domingo, 6 de novembro de 2011

Coisa boa ter avós!

Eu tive a chance de conhecer meus quatro avós. Com cada um deles tive um contato diferente e tenho muitas boas lembranças. Fui viajar com a vó Bernardette quando era criança e vivia pra cima e pra baixo no seu fusquinha azul. Brinquei de cozinha com a vovó Linda, fiz pão, nhoque da fortuna, caldo verde... Com meus avôs tive sempre muita conversa: o vovô Walter sempre cordial e interessado e o vô Levy sempre contando história. Filho, este final de semana a vovó Celia veio te visitar, como tem feito com frequência desde que você nasceu. Ela é muito animada e foi um fim de semana de muito passeio e cantoria. Vocês se curtiram muito! Fomos ao Cinematerna e a vovó ficou besta de ver como você fica quietinho e presta atenção na telona de cinema. Em casa a vovó cantou pra você e mostrou filminhos no computador. Vocês também passearam lá fora, ela te mostrou as árvores e as plantinhas, colocou você pra dormir. Meu filho, é muito bom ter avós. Até a vovó se lembrou do avô dela e se emocionou. Você não teve a chance de conhecer o vovô Antonio, infelizmente. Mas tem tido a chance de curtir seus outros avós, cada um do seu jeito, de tempos em tempos. Eu desejo que você tenha a felicidade de curti-los por muitos e muitos anos e possa sempre ter lembranças boas como as que eu tenho dos meus.

Ser pai e ser mãe é...

...deixar o bebê com a avó e sair pra balada e ficar vidrado na reportagem sobre aula de natação para bebês que está passando na tv do bar.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Primeira viagem de avião

Este final de semana fizemos nossa primeira viagem de avião, fomos visitar o vovô Waldir e a vovó Luci em Floripa. Você foi mamando na ida e voltou dormindo o percurso todo, foi bem tranquilo. O mais difícil mesmo foi o tanto de tralha que tivemos que carregar pra passar dois dias! Como pode um bebê precisar de tanta coisa?

Lá o vovô Waldir te entregou um presente: uma música composta e escrita só pra você. Fizemos um vídeo do vovô tocando e cantando ao piano e aprendemos as notas pra poder cantar pra você.

Aqui vai:

JOÃO ANTONIO (música e letra: Waldir - 09/2011)

João, garotão,
com a bola na mão
no colo do pai
vendo televisão!

Garoto é fogo
já gosta de jogo.
É um, dentre tantos,
que torce pro Santos.

La ra, la ra ra, la ra ra ra ra ra rá!
La ra, la ra ra, la ra pa pa pa pa pá.

(estribilho)

João Antonio, João Antonio,
vi você nascer, vi você crescer.
João Antonio, João Antonio,
todo mundo diz que você vai ser feliz!


La ra, la ra ra, la ra ra ra ra ra rá!
La ra, la ra ra, la ra pa pa pa pa pá.

João é o nome
do seu tataravô:
o pai do pai do avô
que é pai da sua mãe!
Mas João é Antonio,
que é o nome do outro avô.
Por isso é tão risonho
como era o seu vovô.

La ra, la ra ra, la ra ra ra ra ra rá!
La ra, la ra ra, la ra pa pa pa pa pá.

(estribilho)


quarta-feira, 19 de outubro de 2011

domingo, 16 de outubro de 2011

O tempo

Hoje você faz quatro meses. O tempo passa rápido e ao mesmo tempo não. A rotina é cansativa e sempre igual. E se em algum momento eu posso me cansar de fazer sempre o mesmo, você me arranca um sorriso no rosto ao arregalar os olhos e escancarar um sorriso quando eu dou corda sempre no mesmo móbile. Me arrepia pensar que você não se lembrará desses momentos. Não se lembrará da alegria que sente, batendo os pezinhos e balançando os bracinhos, ao ver um móbile girar todas as vezes como se fosse a primeira. Nem da alegria que é quando a mamãe ou o papai entram no seu campo de visão. Quando para de mamar e, ainda com o bico do seio na boca, abre um sorriso, olho no olho comigo. A mesma alegria quando o deixo no tapete e você procura alcançar os bichinhos pendurados, ou quando percebe que vai tomar banho e já sorri a cada peça de roupa tirada, batendo perninhas na água do banho e fazendo a maior sujeira no banheiro. O primeiro sorriso quando te dou bom dia. Por isso escrevo. Na tentativa de guardar um pouco do tempo que escorre entre os dedos diariamente, que às vezes quase me deixa cega por parecer trazer todo dia o mesmo do mesmo, e que a cada mês me lembra que passa, que você cresce, enquanto eu desejo que essa alegria permaneça contigo para que possa curtir todos os momentos mágicos da vida de olhos bem arregalados.


Depois que se tem um filho o pior que pode nos acontecer é com ele.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Bom dia com um sorriso,
abraço pro chorinho,
respeito pro soninho,
minuto pra um cheirinho.

Amanhã tudo de novo
e mais um pouquinho.

domingo, 18 de setembro de 2011


Esses dias você fez 3 meses. O tempo continua voando... Já nos acostumamos com a nossa rotina e agora podemos sair um pouco mais. Mamãe gosta de sair com você no canguru, mas a cada dia você fica mais pesado! Neste último mês você cresceu 4cm e engordou 1,100kg.
A maior parte do tempo você tem esse ar sério, concentrado. Descobriu as mãos e olha pra elas fixamente e então as coloca na boca. Chupa muito os dedos e por isso experimentamos a chupeta esses dias mas na primeira oportunidade, quando a chupeta cai, você enfia os dedos na boca de novo. Em alguns momentos você conversa e sorri, é o maior barato. Se empolga, agita as perninhas e os bracinhos, grita. Começou a pegar e segurar alguns brinquedos e, às vezes, os puxa com tanta força que os traz pro rosto e depois não sabe como tira-los da frente. Você tem reclamado um pouco mais. Não dorme mais tanto de dia e parece precisar cada vez mais de atenção e estímulo. Olho para bebês com 6 meses, 1 ano e fico imaginando como você ficará daqui a uns meses. Pensar que em um ano um bebê sai da barriga pra dar seus primeiros passos é surpreendente e eu não quero perder nem um minuto de cada fase com você. Ao seu lado me sinto mais forte e preparada para lhe estender a mão a cada passo que precisar dar. Pode contar comigo. Mamãe.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Mais um viva!

Ontem deitei com o João na rede, barriga com barriga, e ele ergueu e sustentou a cabeça pela primeira vez. Viva!!

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

O que tem para se gostar em um bebê?

Afinal a primeira coisa que eles nos tiram é o sono. É inexplicável a dificuldade de acordar depois que temos um bebê. Talvez porque não temos mais o "tempo de acordar", levantamos antes mesmo de se iniciar o processo. Por outro lado, se tem uma coisa que não tenho mais dificuldade é de dormir. Durmo em 3 segundos.

É também impressionante a quantidade de meleca que um bebê pode produzir. Com a quantidade de leite que ele toma como pode ser possível colocar o que parece ser o dobro pra fora? É inevitável passar o dia com cheiro azedo em todas as camadas de roupa e com o cabelo grudado. Aliás, falando em cabelo, antes mesmo de aprender a sentar, andar, falar, nos reconhecer, é nele que o bebê se segura. Demorei a aprender que tinha de prendê-lo antes de pegar o bebê no colo.

Leva um tempo até que eles comecem a interagir com a gente. Pelo menos um mês. Antes disso parece que existe o mundo do bebê e o nosso. E ficam os pais olhando nos olhos do bebê, procurando um sinal de vida, um sinal de reconhecimento, alguma interaçãozinha que seja e nada. Um belo dia o nenê sorri e os pais procuram repetir o que quer que seja que tenham feito para isso, em vão. São involuntários, de início, os sorrisos do bebê. E o que parecia ser o canal entre os dois mundos desaparece em um segundo e voltam as fraldas, o sono, os gorfos e o cheiro azedo.

Como é que se pode gostar dessa coisinha que entra na nossa vida e vira tudo de pernas para o ar, coloca sua vida em um universo paralelo no espaço e no tempo em que só se pensa, dorme, acorda e respira bebê?

Até se ter um bebê acho que não temos nem uma vaga ideia do quão mágico é criar uma vida dentro da barriga. Todo mundo sabe a história, desde o Maternal I, das sementinhas que se juntam, do papai e da mamãe, e então nasce o bebê. Mas vocês já pararam para pensar nisso em termos práticos? Tem gente que chama isso de Deus mas eu acho que Deus nem começa a cobrir a mágica que é criar um bebê.

E parece que é essa sensação de estupefação, do encontro com algo extraordinário, lá onde falta a palavra, que volta a cada sorriso dele já não mais involuntário. O sorriso acaba, de início, com o que quer que eu tenha pensado, escrito e enumerado lá em cima em uma fração de segundos e faz tudo tudo valer a pena.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

O sonho


João, hoje me lembrei de tantas vezes que sonhei com você enquanto você ainda estava na minha barriga, acho que até contei pra uma amiga. Você era careca, talvez porque eu tinha a referência do seu pai quando era pequeno, com a cabeça lisa e o sorriso largo, ou então porque, sabe-se lá dos mistérios dessa vida, já soubesse de você. Mas um sonho em particular invadiu minha lembrança e reforçou essa última ideia: você levava sustos como, de fato, os leva com pequenos barulhos.

Me lembrei disso hoje quando acendi o fogão, enquanto você embalava um soninho ao som do exaustor, e você acordou num susto com o estalo do acendimento elétrico. Como pode, com todo aquele barulhão, se assustar com um estalo? Foi então que o sonho me voltou à lembrança: a notícia de um pequeno, assustado com tudo, de quem eu teria de tomar conta. Na época, eu me lembro, tive a certeza de que não se passava de medo de mãe de primeira viagem. E provavelmente era. Mas hoje... ahhh!!! Hoje deixei-me levar por uma pitadinha de mágica.

Mamãe

- Mamãe não me desame, não me desmame!

- Claro que não, Jaunzinho! E você também não me desame.
Diz "mami", que seja, feito filme americano. Só me chame, sempre e como for, que amor nunca chama pelo nome.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

O compêndio da chupeta

Eu chupei o dedo até os 11 anos de idade, só para dormir. Decidi parar por conta própria quando coloquei aparelho nos dentes, não só porque achava que não fazia sentido continuar chupando o dedo enquanto consertava os dentes, mas também porque o aparelho machucou meu dedo as vezes que eu tentei continuar com esse hábito...

Depois de adulta sempre simpatizei mais com as crianças que chupavam o dedo do que a turma da chupeta, o dedo sempre me pareceu mais natural.

No curso de gestantes tivemos uma palestra com uma dentista que passou horas declarando ódio às chupetas, mostrando fotos de dentinhos de leite em forma de arco. Ao final da palestra perguntei se então era melhor deixá-los chupar o dedo e então a dentista disse que, entre dedo e chupeta, a chupeta era melhor (depois de tudo aquilo!!!), pois o dedo não dava pra jogar no lixo depois de uma certa idade. E, aparentemente, o dedo também pode modelar os dentes em forma do famigerado arco.

Conversando com a pediatra a orientação foi de observar se o bebê escolhia um dedo pra chupar (por enquanto o João chupa todos ao mesmo tempo) e que, se isso acontecesse, a gente podia dar a chupeta. A pediatra ainda acrescentou que nem todos os bebês aceitam a chupeta, que a própria filha dela escolheu o dedo e não teve jeito.

O fato é que foram pouquíssimas as ocasiões em que chegamos a pensar na necessidade de chupeta. O João é uma criança bem tranquila. Até hoje, ao que parece, nunca teve cólica e, quando acordado, se chora é porque quer mamar ou está molhado e precisa ser trocado. Aliás essa acho que foi a orientação mais sensata que recebi de uma pediatra no hospital em que o João nasceu: "Nem pense em cólica nos primeiros dias. Se ele chorar é fome ou então ele precisa ser trocado. Se achar que ele está precisando de chupeta, deixe ele chupetar no seu seio". Bom... funcionou.

De uns tempos pra cá ele tem escolhido o dedão pra chupar eventualmente, e acho que foi isso que nos fez começar a pensar em qual seria nossa escolha afinal. Um dia colocamos a chupeta em sua boca e 10 segundos depois eu a tirei achando aquela figura do bebê com chupeta muito feia. Como eu disse lá em cima, sempre simpatizei mais com os bebês chupando o dedo. Desistimos por hora. Num outro dia em que o João estava alimentado, trocado, mas continuava chorando de tempos em tempos quando acordava de um soninho com pequenos sustos, decidimos tentar de novo. Ele cuspiu, repetidas vezes. Confesso ter sentido um certo alívio. Assim a escolha deixava de ser minha e passava a ser dele, ELE havia rejeitado a chupeta.

Nesse momento abro um parênteses para um desabafo: Eu fico um pouco preocupada com a ideia de acalmar um bebê com comida. Talvez porque eu procure me acalmar com comida e isso me traz um problema bem mala pra minha vida. Sobre esse assunto, inclusive, uma vez ouvi de uma mãe, que falava ao telefone com o marido, que a pediatra dela tinha orientado que ela não desse mamadeira para o bebê toda vez que ele chorasse, que ela tinha de esperar o horário da mamada. A mãe desse bebê era obesa e o bebê tinha mais ou menos a idade do João na época, menos de um mês.

Fechando o parênteses, ainda sem sentir muita utilidade para a chupeta, posso reafirmar que o João não precisa ser "pacificado" quase nunca, é um bebê tranquilo na grande maioria das vezes. Mas fica a questão que mesmo entre médicos ainda gera discussão... E nessa vida eu sempre prefiro ficar com as perguntas...

Enquanto isso, mamães, filhões, se quiserem me falar da experiência de vocês, como chupadores de chupetas ou dedos, e de seus filhos a gente continua juntando informações para o nosso compêndio da chupeta.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

O exaustor

Então nós já temos nossa rotininha. Eu já sei que depois da mamada das 9h você não gosta de dormir. É a hora que a mamãe começa a pensar no almoço e desce pra cozinha. Você se acalma quando fica junto.



Amanhã você faz dois meses de idade e já está diferente de novo. Está maior, mais gordinho, sorri mais e hoje me surpreendeu com uma longa conversa. Cheguei do trabalho você estava sorrindo para o papai. Ele saiu pra trabalhar e me deixou com você aos sorrisos. Comecei a falar com você sobre nada, como sempre faço - conversinha típica de adulto com nenê -, quando você começou a responder com balbucios como se estivesse conversando. Até hoje você fazia um sonzinho que se parecia com "é!" mas hoje foram vários tipos de é!, ah!, oh! enriquecendo nossa conversa.



Ontem foi dia dos pais e é impressionante como você é vidrado no seu pai. Quando ele chega e você ouve sua voz arregala os olhos como se prestasse atenção. Quando ele entra no seu campo de visão você fixa os olhos nele e o presenteia com sorrisos. Já na barriga eu sentia sua reação ao ouvir a voz do pai chegando em casa, você se mexia, chutava e reagia à sua voz quando ele cantava pra você. Pudemos ver isso fora da barriga também enquanto ele canta as mesmas músicas. É incrível e emocionante.

É no dia a dia que vamos descobrindo suas preferências e seu ritmo e é uma delícia te descobrir. A descoberta mais recente foi a do barulho do exaustor. Como te acalma! Com os olhos pesados ao som do exaustor, ligado só pra você, você embala agora num soninho gostoso enquanto a mãe vem registrar essas delícias para que você possa saber de tudo isso mais tarde.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

É tudo uma questão de perspectiva.


Ontem o João perdeu sua primeira roupinha, não serve mais. Isso pra nós é motivo de grande alegria: ver o filhote crescendo, engordando. No entanto, já posso prever que, num futuro não muito distante, o que hoje é motivo de grande alegria pra nós será motivo de grande despesa!

domingo, 31 de julho de 2011

A felicidade crescente de uma mãe fresca

O nenê mamou! Viva!!!
O nenê fez cocô! Vivaa!!!
O cocô não é mais preto! Vivaaa!!!
Caiu o umbiguinho! Vivaaaa!!!
O cocô tá verde OU amarelo! Vivaaaaa!!!
O nenê dormiu 3 horas seguidas! Vivaaaaaa!!!
O nenê engordou 200 gramas! Vivaaaaaaa!!!
O nenê sorriu! Vivaaaaaaa!!!
O cocô hoje saiu verde E amarelo! Vivaaaaaaaaa!!!
O nenê dormiu 4 horas seguidas! Vivaaaaaaaaaa!!!
O nenê sorriu! O nenê sorriu! O nenê sorriu! Vivaaaaaaaaaaa!!!

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Por que o móbile não liga sozinho?


Hoje o João experimentou uma nova modalidade de voz - diferente das usadas para entrega de leite e troca de fraldas -, ao tentar religar o móbile do berço que funciona a corda. Quando o brinquedo parou de tocar e girar ele lançou vários gritinhos e gemidinhos, enquanto agitava as mãos em direção a ele, porém, sem sucesso. E quando nada mais funcionou, cansado, se rendeu à sua última opção tão usada em momentos como este: "mamãe, faz alguma coisa que eu não sei o que está acontecendo comigo".

quinta-feira, 21 de julho de 2011

João e a joaninha.


Naquela manhã soubemos do nascimento da prima Larissa e isso me fez pensar que já se passavam 31 dias. Os seios doíam e algo me dizia que viriam boas notícias daqui também. Resolvi fazer o exame. O dia passou sem que percebesse e resolvi caminhar no final da tarde para passar as últimas horas, que já contavam mais devagar. Foi quando a joaninha pousou na minha mão, dizem que as joaninhas trazem boas notícias e trouxe. Sorri.
Sábado passado você fez um mês de idade e, curiosamente, uma joaninha veio nos visitar em casa.

domingo, 10 de julho de 2011

24 dias juntos.


Foram 24 dias juntos e você muda a cada dia, desde que chegou. Foi perdendo as formas inchadas do parto e ganhando linhas de expressão, formato no rosto e ficando mais comprido. Percebemos no banho quando você, no banheiro quentinho, se estica todo e vemos o tamanho dos seus braços e das suas pernas: nesse ponto você puxou o papai, compridão!
Na família ficam as apostas: os olhos da mãe, a cara do pai, o queixo dos Brandão, lembra o vovô Antonio, lembra o vovô Waldir... Mas me parece que a cada dia você fica mais e mais com a sua cara, com as suas manias e expressões.
Quando mama, se delicia, enfia todos os dedos dentro da boca e termina com aquela cara de bêbado de leite que a mamãe e o papai adoram e morrem de rir. Entre mamadas, sonos e choros sobra pouco tempo, mas já não me imagino mais sem você.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Sobre as dores e delícias de ser mãe

Ainda em processo de adaptação com os horários de vigília noturnos, não foi a primeira vez: acordo com o choro do João e me dou conta de que ele já chorava há algum tempo, enquanto isso, eu sonhava que já o amamentava segurando o travesseiro como se fosse o pequeno.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

O dia pra quem tem 18 dias de existência deve parecer uma eternidade. O dia pra quem tem já uma certa idade e tem um bebê em casa voa!

quinta-feira, 30 de junho de 2011

E eu que andava me achando estranha por comemorar o cocô na fralda, reparar na cor, se tem xixi, se não tem, se engordou ou não... Vinícius já sabia.


"Filhos . . . Filhos?
Melhor não tê-los!
Mas se não os temos
Como sabê-lo?
Se não os temos
Que de consulta
Quanto silêncio
Como os queremos!
Banho de mar
Diz que é um porrete . . .
Cônjuge voa
Transpõe o espaço
Engole água
Fica salgada
Se iodifica
Depois, que boa
Que morenaço
Que a esposa fica!
Resultado: filho.
E então começa
A aporrinhação:
Cocô está branco
Cocô está preto
Bebe amoníaco
Comeu botão.
Filhos? Filhos
Melhor não tê-los
Noites de insônia
Cãs prematuras
Prantos convulsos
Meu Deus, salvai-o!
Filhos são o demo
Melhor não tê-los . . .
Mas se não os temos
Como sabê-lo?
Como saber
Que macieza
Nos seus cabelos
Que cheiro morno
Na sua carne
Que gosto doce
Na sua boca!
Chupam gilete
Bebem xampu
Ateiam fogo
No quarteirão
Porém que coisa
Que coisa louca
Que coisa linda
Que os filhos são!"

(Poema Enjoadinho – Vinícius de Moraes)

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Há pouco João tirou um cochilo após a mamada e, aparentemente, estava sonhando. Mais parecia um pesadelo, na verdade. Com a respiração ofegante, reagia com os braços e apertava os olhos, como se levasse um susto. Mamãe ficou indagando...Com o que será que os bebês sonham? O que seria um pesadelo para um bebê que não tem nem 15 dias de vida?

domingo, 26 de junho de 2011

Frases do papai

Para os cachorros:

"Não se preocupem, não é mais um cachorro e sim mais um dono. Isso significa mais amor, não menos amor".

sábado, 25 de junho de 2011

Primeira noite de um homem


Esta foi a primeira noite que o João Antonio dormiu sozinho em seu quarto. Antes ele dormia no quarto dos pais, não por qualquer insegurança dele - que mostrou ser corajoso desde seu segundo dia de vida quando fez o teste do pezinho e não fez nem um piu -, mas por insegurança da mãe que, desde o nascimento, não podia se ver longe dele.

O pai fez seu papel de forma sutil, instalou a babá eletrônica dada pelo tio Nícolas (que, aliás, adoramos!!!!), o que permitiu que a mamãe ficasse agora grudada no vídeo e aumentasse o raio de possibilidades em casa (e até fora de casa!). Papai sugeriu que a mamãe ficasse um pouco com os cachorros e até arriscasse uma voltinha na rua e ela se sentiu encorajada por isso.

Dizem que com o nascimento de um bebê nasce também um pai e uma mãe. Mas com a ajuda do pai a mãe ainda pôde se manter mulher e o pai homem.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Saldo positivo

Saldo do dia de hoje: três ufas e um ai!
Parece que mamãe, papai e bebê estão começando a falar a mesma língua. Mamar, cocô, xixi, dormir, comer, tomar líquidos!!!!

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Frases do papai


"O João não está nem chorando, nem dormindo e nem mamando. Está vivendo!"

(na foto o João no momento em que ouvia Mozart for Babies, ultra concentrado, de olhos abertos a cara do vovô Waldir...)

As horas contam em outro ritmo quando se tem um nenê em casa. O João Antonio já tem seu nome registrado em cartório e daqui a uma hora ele completa 4 dias de vida.

Frases do papai

"Preciso me alimentar melhor, estou perdendo peso com a amamentação."

domingo, 19 de junho de 2011

A primeira noite em casa


Finalmente chegamos em casa: papai, mamãe e filhote. Levamos algumas horas até ajeitarmos as coisas. Papai foi dar atenção para os cachorrinhos, que ficaram em casa sob os cuidados da tia Barbara enquanto estávamos na maternidade. Magoados e carentes precisaram de muita atenção e o Dani precisou de muita paciência e muito desinfetante para limpar por três vezes consecutivas o xixi bravo e insistente do Puga. Enquanto isso a mamãe e o João se entendiam com o novo espaço e se preparavam para passar a primeira noite juntos.

Seguindo as orientações da pediatra, mamãe tentava "ser prática: amamentar e trocar fralda na cama e já colocá-lo de volta ao berço para que os dois durmam e descansem o mais rápido possível". Papai iniciou aquela troca da fralda que nos fez aprender na marra o que muitos já nos tinham alertado: o lançamento a distância do xixi - uma modalidade praticada apenas por meninos. Em alguns segundos a praticidade escorreu colchão abaixo: foi nenê, colchão, pijama do papai, tudo foi tomado. Uma e meia da manhã o papai secava o colchão com o secador de cabelo e o João mamava atento, de olhos arregalados, interessado no barulhão do secador madrugada adentro.
Lençóis trocados, todo mundo quentinho e acomodado, os três dormiram gostoso até as 5 da manhã, quando o pequeno resmungou o fim de seu sono satisfeito em sua primeira noite em casa.