Onde você vai com todos esses dentes, menino?

São quatro agora. O segundo de cima acaba de encontrar seu caminho pra fora. E você fala mãmãmã, nênênê, papapapá, dêdêdê, bá, pu, bu e lá estão os dentinhos naquele sorriso lindo. Você é muito alegre e risonho, lança olhares para as pessoas que se derretem imediatamente. E você não estranha ninguém. Observa e analisa uma pessoa nova mas logo sorri e interage.

Participa. Vê as coisas de longe, quer pegar. E agora vc se locomove. Não posso chamar de engatinhar, você se arrasta. Com uma rapidez que atravessa o tapetinho em poucos segundos, principalmente se o que estiver do outro lado for um controle remoto. São tantos botões! Você adora.

Adora gelo balançando no copo. Arregala os olhos para a forma e a cor de uma taça de vinho. Ouve os cachorros e os procura. Diz "bu", que eu acho que quer dizer Puga.

Há uma semana e pouco eu fiz a cirurgia de retirada da vesícula. Ou remoção dos braços, eu brinco. A cirurgia e a recuperação foram um sucesso mas eu não posso te carregar por 20 dias. Tenho de estar sempre acompanhada porque faz parte dos seus cuidados te tirar e colocar nos lugares e isso eu não posso fazer. É estranho. Eu procuro me colocar perto de você, encostar pele com pele. Faço isso deitada ou quando alguém coloca você no meu colo. Acho que só no primeiro dia você estranhou, estava um pouco resmungandinho, afinal eu tinha sumido por um dia e quando voltei não te peguei nos braços! Mas passou. Te dou a papinha, brinco com vc, fico perto. Quem sofre mais acho que sou eu mesmo... mas falta pouco. Daqui a uns dias eu te pego e não te largo mais!

Super pais

Outro dia peguei uma bola diferente pro João brincar. Depois de um tempo, quando a curiosidade dele acabou, peguei a bola e a fiz quicar com a mão, como se faz com uma bola de basquete. Os olhos dele se acenderam.

É uma delícia ver as coisas simples pelos olhos de uma criança. E pra quem ainda não viu muito da vida existe uma infinidade de coisas simples para descobrir. E todas elas parecem geniais!

Nós pais seremos super pais: aqueles que conseguem fazer coisas extraordinárias das coisas mais simples. Pelo menos por um tempo...

Ser mãe é...

...ir ao supermercado sozinha e observar a prateleira de frios enquanto embala o carrinho de supermercado.

Melancia

Com 7 meses você passou a jantar também. Você tem tomado só duas mamadeiras por dia, não mama mais no peito e, além da papinha duas vezes por dia, você come fruta e toma suquinho. Passados os dois primeiros meses de experiências alimentares hoje posso te dar quase todo tipo de fruta e combinações de legumes, você come super bem. Hoje você comeu melancia. Como eu já não preciso mais peneirar sua sopinha há uma semana você já engole pequenos pedaços de bagaço de fruta mais facilmente. Esmaguei a melancia com o garfo e com a colherinha fui te dando pedacinhos de fruta com o caldinho. Você adorou!!! Boiando no prato ficaram algumas sementes com as quais você se entreteve: enfiou a mão no prato, esticou o dedinho indicador e ficou perseguindo com o dedo as sementes que fugiram nadando.

Olha só como terminou essa brincadeira:

E aqui está ela!

A cara da mãe. Que delícia...

Helena

Filho, acaba de nascer sua segunda priminha, a Helena. Estamos ansiosos para conhecer sua carinha... Bem vinda, querida!!

02/02/2012 às duas e pouco da tarde.

Essa foi a melhor sopa que eu fiz até agora, compartilho com as outras mamis:

Sopinha do João

Caldo de carne (fiz de músculo com cebola e tomate)
Abóbora japonesa (uns pedaços)
brócolis japonês (um inteiro)
abobrinha (uma grande)
1/2 xic de arroz cateto integral
1 xic de feijão azuki

Cozinha tudo por aproximadamente duas horas pra ficar tudo bem molinho, completando a água conforme ela for secando.

Esta semana o João, com incentivo do Dani, abandonou a fase de sopa peneirada!! Meus pulsos agradecem, eu tava até com calo dos dedos de tanto peneirar sopa. Essa sopinha que eu fiz só amassei com o garfo e o João adorou!!! Recomendo.

OBS: Agradecimentos especiais à minha mãe que me inseriu desde pequena no mundo integral.

Durma bem, meu bebê.

Há um mês você tem chorado um pouquinho na hora em que te colocamos no berço. Não dura muito e logo você cai no sono profundo. Mas é um chorinho sentido como se dissesse "poxa, mamãe, hoje já acabou? Eu queria mais um pouquinho".

Desde que você nasceu eu e seu pai optamos por colocar você no berço e deixar você dormir sozinho, e você sempre dormiu. Às vezes eu olhava você pela babá eletrônica e te via de olhinho aberto, chupando o dedinho quietinho no berço, e ficava pensando se você não deveria estar ali com a gente acordado mais um tempinho. Mas o tempo foi passando e a gente viu que desse jeito você aprendeu a se acalmar sozinho e sempre virava pro lado e logo dormia.

Mas agora tem esse chorinho.

Eu tenho muitas lembranças de quando eu era pequena e tinha dificuldade de dormir. Quando eu voltava da casa do meu pai no domingo e me acabava de tanto chorar que às vezes só ouvindo a voz dele ao telefone eu conseguia dormir. De quando eu ia pra casa dos meus avós e sentia medo de dormir lá. De quando, mesmo pequena, meus pensamentos me deixavam triste ou com medo. Eu não conseguia dormir ouvindo histórias porque sabia que elas acabavam e eu teria de dormir. Eu dormia no carro, me carregavam até em casa e então eu abria os olhos acordadíssima, não queria dormir. Por muito muito tempo a hora de dormir foi uma hora difícil pra mim, às vezes o é até hoje. Mas eu tenho essa lembrança do meu pai me acalmando inúmeras vezes e de todas as táticas em específico duas ficaram marcadas pra mim. Uma técnica de relaxamento em que eu tinha de visualizar uma luzinha que ia iluminando meu corpo e relaxando por onde passava (infalível, dormia antes de terminar); e de um carinho nas costas que me acalmava e por tantas vezes me ajudou a dormir.

Eu tenho feito esse carinho em você. Você é tão pequeno e eu acho importante que você tenha desde já o seu jeitinho de se acalmar sozinho. Vai ser útil... Mas eu sei também que esse mundo às vezes se engrandece de um jeito que a gente precisa de uma mão maior que a nossa pra nos acalmar o peito.