domingo, 13 de maio de 2018

Dia das mães

Esse dia das mães foi muito especial pra mim. Acho que porque você já está mais atento, entendendo mais as coisas, quis preparar uma surpresa para mim. Você é o papai foram comprar presente enquanto a mamãe passeava com o Fefe ontem. Mas hoje fui surpreendida com flores, café da manhã na cama, uma roupa escolhida por você e o papai, algumas cervejas e um presente que vc fez a mão na escola. Fiquei muito emocionada!


Depois fomos naquele parque que tem os desafios e você dessa vez aproveitou muito mais. No desafio de equilíbrio você disse:
- Essa é a coisa mais difícil do meu mundo!
Achei demais essa frase...
Ontem foi muito engraçado. Fomos assistir ao show dos Beetles, uma banda cover dos Beatles argentina. Foi bem legal. Levamos o Rafa junto e ele curtiu muito.
No caminho vcs foram conversando...
R: quando a gente morre vai pro Céu.
J: lembra que eu já te expliquei que quando a gente morre a gente vira pó e vai pra natureza?
R: sim... Mas a minha mãe diz que quem se comporta vai pro Céu e eu acredito nisso.
J: sim... E quem não se comporta vai pro inferno. Lá tem lava... Vc tem medo de lava?
R: tenho...
J: eu também... E quem se comporta mais ou menos vai pra natureza!

segunda-feira, 7 de maio de 2018

Vida de mãe

Este final de semana eu assisti a uma série chamada The letdown, ou turma do peito, como foi traduzida, indicada pela tia Cami, que trata da maternidade, especialmente a parte mais complicada dela. Eu sempre digo que não vai ter coisa mais complicada que vou fazer na vida como ser mãe. Eu me identifiquei com quase tudo o que estava lá ao longo dos 7 episódios da primeira temporada. Fiquei imaginando como seria se eu tivesse assistido no meu primeiro ano de mãe. Talvez não me sentisse tão sozinha, tão perdida de mim mesma, tão exausta, tão sensível, tão assustada, tão exigente comigo mesma... Ou talvez continuasse sentindo tudo isso mas pelo menos teria rido um pouco de tudo isso.

Tem uma cena, no primeiro ou segundo episódio, em que ela entra no ônibus, com a sua bebê no canguru, e chora. Chora por perceber que está há anos luz de seus antigos amigos, que aquilo que gostava de fazer com eles se tornava outro mundo, que não havia mais empatia entre eles pois eles ainda não sabiam nada desse seu novo mundo e por isso chorou. E enquanto estava lá, mergulhada em sua dor, de repente, seu olhos se cruzaram com os olhos inocentes e apaixonados de sua bebê por ela e então ela foi tomada por um sorriso, e um amor, misturado com choro, em que tudo pareceu se dissolver.

Para mim, a maternidade se resume a esta cena, over and over again. O profundo desamparo da mãe se sobrepõe holográficamente ao amor que sente pelo seu bebê e a força que encontra neste amor para defender aquela pequena criatura de tudo...E, então, de novo, o desamparo.

E assim tem sido há quase 7 anos, acompanhando o seu crescimento e agora o do seu irmão, em paralelo, não me recupero dessa montanha russa emocional que é a maternidade, será que tem cura?