Desde que o João nasceu passei por curtos episódios em que me senti mal fisicamente, fiquei doente, resfriada, e foi com certa aflição que experimentei a dificuldade de não estar bem e ter um bebê que precisava dos meus cuidados ao meu lado. Nesses momentos a gente percebe que mãe acha força não sei onde...

Mesmo tendo recebido muita ajuda do pai, da família, amigos, vizinhos, é nessas horas, em que alguém depende de você, que a gente percebe o valor da nossa vida e como é importante se cuidar.

Todo mundo sabe que precisa se alimentar bem, fazer exercício físico, dormir, não ficar por aí pulando de precipício ou apostando corrida nas ruas, mas saber não é suficiente, parece. Pelo menos para mim nunca foi. Sei também que ter filho não é condição para passar a perceber alguma coisa sobre a vida. Tem gente por aí que tem filho como troca de roupa todo dia e a vida continua a mesma.

Mas a sensação de que eu não poderia faltar se fez presente em mim logo nos primeiros meses. Exausta, com sono, mãe levanta pra amamentar a hora que for. Pai e mãe acordam pra cuidar de filho doente com ou sem trabalho no dia seguinte. E o fazem automaticamente.

Mas agora o dodói é um pouco maior, tenho de fazer essa cirurgia (simples, pequena, mas uma cirurgia) que vai me deixar um ou dois dias fora de casa, que vai me impedir de pegar meu filho no colo nos primeiros dias e a vontade de melhorar logo é muito mais por ele que por mim. Dizem que depois que temos um filho nosso coração bate em outro corpo...é lá que meu coração vai estar.

E vem dentinho novo por aí!

Analista de minusculidades

É muito engraçado. Você pára, bate o olho em algum detalhe e imediatamente leva o dedinho indicador ao que quer que você tenha visto, aproxima o rosto e o analisa de perto por alguns minutos. Acontece com o pinguinho de sopa no cadeirão, com uma manchinha no lençol, hoje te peguei analisando uma pinta minha. E isso te tira a atenção de todo o resto, concentração total na coisa minúscula.

Na hora de comer isso fica engraçadíssimo. Você me vê aproximando com o pratinho e, já sentado no cadeirão, abre os braços e começa a bater as perninhas com o bocão aberto. Come umas 4 ou 5 colheradas seguidas e enfia o dedão na boca. Chupa um pouquinho o dedo e depois abre o bocão de novo. Mas se no meio do caminho a colher deixa cair uma gotinha de sopa, esquece. Lá se foi o analista de minusculidades fazer o que mais gosta. A gente se diverte... Mas se a mamãe tá com pressa e passa o papel toalha na gotinha é como se ela nunca estivera lá. Você retoma suas atividades alimentares como se nada tivesse acontecido...

São Bento do Sul

Em sete meses de vida você já viajou para Santos, Florianópolis e São Paulo pra visitar seus avós e ainda pra Atibaia conhecer o biso. Desta vez fomos passar um final de semana em família num hotelzinho gostoso em São Bento do Sul pra te apresentar a piscina. A viagem de carro foi tranquila, mais uma vez você dormiu quase a viagem toda. Saímos de Curitiba debaixo de chuva e encontramos o sol em São Bento. Tava muito gostoso.

Compramos uma bóia e uma fralda especial de piscina e lá fomos nós. Mais uma vez acho que estávamos mais empolgados que você. É engraçado porque nós, como pais, queremos te apresentar as coisas e ficamos na maior expectativa de qual será sua reação e ela nunca chega nem perto do que havíamos imaginado...risos... foi assim com a banana, lembra? Na piscina você ficou tranquilo, na verdade não demonstrou nenhuma diferença de humor dentro ou fora da água. Ficou lá, boiando tranquilo. Às vezes olhava ao redor mas a maior parte do tempo vc parecia estar em outro planeta: distraído, sossegado, pensando na vida...risos

O que mais me chamou a atenção nesta viagem foi o seu crescente interesse pelos espelhos. Você olha atento para eles, nos olha através do espelho, sorri, faz festa, solta gritinhos. Olha pra sua imagem e pra nossa e sorri. Foi muito bom passar esses dias em família, momentos que queremos repetir ainda muitas vezes com você.

Quando chegamos em casa você abriu um sorrisão. Subindo a escada no meu colo você soltou um gritinho e mais um sorrisão quando viu seu quarto. Foi a primeira vez que eu vi você reconhecer sua casa com essa alegria, foi emocionante. Está aprendendo desde cedo como é bom viajar e, melhor ainda, voltar pra casa!

Se eu contar ninguém acredita.

Mas vou escrever pra constar... Eu, o João e o papai na cama brincando de falar que nem neném. Então a gente começa "papapa-pai" e o João só olhando... "Papapa-pai" e ele só olhando. Uma hora começa a imitar o movimento com os lábios, sem sair nenhum som. Outra hora repete "papapa"... Pega a câmera!!!! Mas como vocês já sabem, na frente da câmera...

Ontem eu o João e o papai brincando de jogar os bloquinhos dentro da girafa. "Agora é a mamãe. Agora é o João." Esticando todos os músculos do corpo, com muita dificuldade de escolher qual deles era necessário mexer pra depositar o bloquinho na girafa, ele conseguiu!!!! Claro... um golpe de sorte. Em todos os casos fizemos a maior festa e ele repetiu a façanha mais umas quatro vezes. Hoje, na frente dos vizinhos, como era de se imaginar, ele agiu como um bebê normal que ainda não sabe fazer essas coisas...

Se eu contar ninguém acredita.

Essa fase está sendo a melhor até agora. Você curte a papinha e faz a maior festa quando te sento na cadeirinha pra comer. Um detalhe engraçado é que entre as colheradas você chupa o dedo.

Você curte os passeios muito mais, de olhos arregalados. Em compensação, quando não gosta de um lugar reclama, reclama, abre o berreiro: tem sido assim com shopping centers, desde pequeno não gosta de fazer compras...

Você está apaixonado pelos seus pés. Esta semana colocou o dedão do pé na boca. Seus pés rendem bons momentos de entretenimento...

Você continua chupando o dedo e na hora de dormir sempre busca um paninho com os outros dedinhos, então temos dado uma naninha com a qual vc dorme agarrado.

Seu pai descobriu o desenho do Pocoyo e a gente fica assistindo juntos. Vc adora, solta uns gritinhos, fica de olho na tela. O que a gente mais gosta é o "Hora de dormir" em que o Pocoyo quer fazer bagunça e o Pato quer dormir e não consegue. O mais engraçado é que a vovó Celia já tinha te dado o bonequinho do Pocoyo antes mesmo da gente conhece-lo.

Hoje te coloquei no tapetinho lá fora, na grama.Você ainda não fica muito tempo sentado sozinho, te coloquei sentado e você tombou.

Ia começar a dar uma choradinha mas já rolou e viu a grama e as plantinhas, ficou super interessado.



Até perceber a etiqueta do tapete, você é louco por etiquetas, repara em todas e as coloca na boca sempre, é o maior barato!