quinta-feira, 1 de setembro de 2011

O que tem para se gostar em um bebê?

Afinal a primeira coisa que eles nos tiram é o sono. É inexplicável a dificuldade de acordar depois que temos um bebê. Talvez porque não temos mais o "tempo de acordar", levantamos antes mesmo de se iniciar o processo. Por outro lado, se tem uma coisa que não tenho mais dificuldade é de dormir. Durmo em 3 segundos.

É também impressionante a quantidade de meleca que um bebê pode produzir. Com a quantidade de leite que ele toma como pode ser possível colocar o que parece ser o dobro pra fora? É inevitável passar o dia com cheiro azedo em todas as camadas de roupa e com o cabelo grudado. Aliás, falando em cabelo, antes mesmo de aprender a sentar, andar, falar, nos reconhecer, é nele que o bebê se segura. Demorei a aprender que tinha de prendê-lo antes de pegar o bebê no colo.

Leva um tempo até que eles comecem a interagir com a gente. Pelo menos um mês. Antes disso parece que existe o mundo do bebê e o nosso. E ficam os pais olhando nos olhos do bebê, procurando um sinal de vida, um sinal de reconhecimento, alguma interaçãozinha que seja e nada. Um belo dia o nenê sorri e os pais procuram repetir o que quer que seja que tenham feito para isso, em vão. São involuntários, de início, os sorrisos do bebê. E o que parecia ser o canal entre os dois mundos desaparece em um segundo e voltam as fraldas, o sono, os gorfos e o cheiro azedo.

Como é que se pode gostar dessa coisinha que entra na nossa vida e vira tudo de pernas para o ar, coloca sua vida em um universo paralelo no espaço e no tempo em que só se pensa, dorme, acorda e respira bebê?

Até se ter um bebê acho que não temos nem uma vaga ideia do quão mágico é criar uma vida dentro da barriga. Todo mundo sabe a história, desde o Maternal I, das sementinhas que se juntam, do papai e da mamãe, e então nasce o bebê. Mas vocês já pararam para pensar nisso em termos práticos? Tem gente que chama isso de Deus mas eu acho que Deus nem começa a cobrir a mágica que é criar um bebê.

E parece que é essa sensação de estupefação, do encontro com algo extraordinário, lá onde falta a palavra, que volta a cada sorriso dele já não mais involuntário. O sorriso acaba, de início, com o que quer que eu tenha pensado, escrito e enumerado lá em cima em uma fração de segundos e faz tudo tudo valer a pena.

Um comentário:

  1. E depois mais tarde nos lembramos com saudades das golfadas e do mamão papaia espalhado pelo berço, digo ,cocô de papaia.E pedimos a deus um neto para reviver um pouco disso tudo, embora agora isentos da responsabilidade direta pelos cuidados do bebê.

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