sábado, 31 de março de 2012

Primeiro dodói feio.

Toda mãe e pai sabe que esse dia vai chegar, a gente simplesmente espera que não chegue nunca. É por isso que a gente se antecipa e proteje os filhos das escadas, das tomadas, das coisas pequenas jogadas no chão. Neste último mês foi tudo o que fizemos, reorganizamos a casa, colocamos as coisas perigosas para o alto, colocamos portõezinhos nas escadas... mas mesmo com todo cuidado que a gente toma não tem como evitar que esse dia chegue.

Você estava de pé segurando na mesa e a mamãe estava atrás de você te amparando. O papai estava tirando fotos porque você estava soltando gritinhos e sorrindo de felicidade, fazendo as caras mais lindas. Algumas vezes você se soltou e a mamãe segurou, mas dessa vez você bateu o queixinho e mordeu a língua.

Como se explica pro bebê abrir a boca pra mamãe ver onde foi o dodói? Como se explica que ele chupe o gelo que vai melhorar? Então a gente se lembra de já ter mordido a língua uma vez na vida, que sangra muito mas que não tem como dar ponto, que dói muito mas que uma hora pára de sangrar, e só fica junto. Dá o gelinho, segura no colo, brinca um pouco, distrai o nenê. E assim passamos pelo primeiro dodói feio que deixou a primeira cicatriz no nosso coração.

Um comentário:

  1. Quando o Lucas tinha 1 ano e meio nós estávamos no jardim do nosso prédio e ele estava sentadinho comigo no banco. De repente só vi ele no chão e a boca sangrando... Tinha mordido o lábio ao cair... Eu chorava mais que o bebê, o porteiro não sabia o que fazer... Subimos para casa e ele ficou bem, mas eu não. O zelador ligou para checar como estávamos. Duas horas depois o papai chegou em casa para cuidar de nós dois. Parece estranho para quem não tem filho, mas TUDO o que acontece com nosso filho nos afeta demais. Filho é mais que tudo, não tem nem como dimensionar esse amor e a dor que sentimos quando algo acontece com ele. Ludmila

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