sexta-feira, 28 de junho de 2013

Eu sempre quis ter um filho de dois anos...

... mas hoje eu vejo que era pelas razões erradas! Eu achava a coisa mais linda aquelas bundinhas rebolantes de fraldas andando pra lá e pra cá. Achava lindas aquelas mini pessoinhas, filhos de conhecidos, com quem tinha pouco contato e vejo hoje que eu mal sabia das características dessa idade.

Hoje vejo a delícia maravilhosa que é ter um filho de dois anos e tenho muitíssimas mais razões para todos os dias amar mais esta fase.

São as frases que começam a ser construídas - ele passou a saber a hora de usar palavras como ainda, também e parece. A rapidez com que assimila as coisas e a memória que resgata uma situação que passou e então comprova seu aprendizado. É a hora que começamos a nos entender e nos comunicar com palavras, nós temos notícias das preferências e das coisas que acontecem no dia a dia dele e tudo isso é um universo infinito de possibilidades. O antigo desafio de aprender sobre os tipos de choro do início da vida é substituído pelas palavras que dizem o que ele quer agora. Se quer mamar ele diz. Se quer comer ele diz. E diz o que: fruta, bolacha, arroz-feijão, ovinho, pizza!

Os desafios de agora são outros, porque com as preferências vêm as vontades e as faltas de vontade, o não quero!, as bravezas, e também certos questionamentos em relação às regras e à nossa autoridade (mas já?!). E agora o desafio é o de lidar com esses nãos, tapas e é necessário ter uma paciência extraordinária para repetir, quantas vezes for necessário, os motivos pelos quais ele não pode bater, cuspir, se jogar, porque ele precisa dormir agora, que já não está mais na hora de brincar...

Hoje ele nos convida a colocar a mão na massa, diariamente. Já foi a época em que nós o carregávamos para os restaurantes e programas que nós queríamos - porque ele simplesmente não tinha como opinar sobre aquilo e acabava dormindo no bebê conforto, encerrado em seu pequeno mundo. Hoje somos nós que nos dobramos à sua pequena estatura e experimentamos os seus programas como morrer de dar risada com a massinha que sai da cabeça do boneco repetidas vezes, os desenho e a moral da história, o profundo interesse e apaixonamento pela vida, o aprendizado sobre os perigos, suas pequenas dores e insatisfações e seus inúmeros encantamentos pelo mundo, pelas coisas da natureza e pela magia das construções dos homens também. Esse convite é irrecusável pois colore nosso dia a dia de magia e giz de cera e nos ensina a olhar muito além do nosso umbigo, pra frente, pra cima, pra baixo, de baixo pra cima e muito menos de cima pra baixo, e me faz me lembrar de nunca esquecer de que a criança, de alguma forma, sempre tem razão.




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